Autoconhecimento e estilo de vida contribuem na prevenção da saúde emocional

Psicóloga Gabriella Braga, da Meu Doutor Novamed, apresenta oito dicas para reduzir os riscos de quadros de ansiedade e depressão 

De acordo com a Fiocruz, sentimentos frequentes de tristeza e depressão atingiram 40% da população adulta brasileira em 2020, e a sensação frequente de ansiedade e nervosismo foi relatada por mais de 50% das pessoas. Em outubro de 2021, o estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) apontou alta de 50% nos quadros depressivos e de 80% nos ansiosos nos últimos seis meses.   

Já o relatório “Strengthening mental health responses to COVID-19 in the Americas: A health policy analysis and recommendations”, da Organização Panamericana de Saúde, revela que quatro em cada dez brasileiros (44%) tiveram problemas de ansiedade e outros 61% apresentaram quadro de depressão neste período.  

O cenário atípico fez com que muitas pessoas buscassem pela primeira vez um tratamento psicológico. De acordo com os dados do Programa de Suporte à Saúde Emocional, oferecido pela Bradesco Saúde às empresas, mais da metade dos pacientes (53,4%) nunca havia feito terapia antes da pandemia.

“Os últimos anos mudaram a perspectiva sobre a importância e o valor do cuidado com a saúde emocional. Do dia para noite, tivemos uma ruptura abrupta do convívio social com amigos e familiares, propiciando o desenvolvimento e o agravamento desses quadros de depressão, ansiedade, transtornos alimentares, entre outros. Tivemos que aprender a lidar com o estresse crônico e sem data para acabar”, comenta a psicóloga Gabriella Braga, da rede de clínicas Meu Doutor Novamed.

"O ser humano acabou precisando conviver consigo mesmo e passou a perceber as influências emocionais no dia a dia, algo que antes muitas vezes se podia fugir e evitar, porém não acontecia por conta de estratégias externas. A pandemia veio mostrar que fugir, até de si mesmo, não é uma solução”, completa Gabriella. 

Confira oito dicas que contribuem na prevenção e no enfrentamento de quadros de ansiedade, estresse e depressão: 

1. Revisar as prioridades, visando a saúde física e emocional - É o primeiro passo em direção à possibilidade de amenizar a incidência de quadros elevados de estresse, ansiedade e, inclusive, episódios de depressão. Essa revisão seria basicamente entender o que é possível fazer a respeito do que está acontecendo, uma vez que não temos como mudar o fato pandêmico. Cabe considerar as prioridades de cada indivíduo.   

2. Buscar o autocuidado e compreender as emoções – Diante desse cenário, é essencial que cada um busque entender as suas emoções, visando o autocuidado com a saúde mental. ‘Como estou lidando com essa situação?’ é uma pergunta importante. ‘Quais os impactos emocionais desse momento na minha vida? O que posso fazer para minimizá-los?’. O olhar deve ser mais atento e cuidadoso com as nossas emoções por meio desses questionamentos.

3. Foco no agora – É fundamental entendermos a importância de estar vivendo um dia de cada vez.

4. Adotar estilo de vida saudável, com atividade física e alimentação balanceada - Ter um estilo de vida mais saudável, com atividade física regular, meditação e uma alimentação balanceada, contribui para um maior equilíbrio emocional, reduzindo o potencial de quadros de ansiedade e depressão. É importante cuidar de dentro para fora.

5. Hobbies - Dedicar tempo a um hobby, como leitura, dança, é outro importante aliado. As medidas são variadas e devem fazer sentido para cada indivíduo. 

6. Manter uma rede de apoio ativa - Uma rede de apoio com relações baseadas no acolhimento e na empatia ajuda no enfrentamento de situações de estresse e ansiedade.

7. Administrar a jornada no home office - Para as pessoas que ainda estão no regime de trabalho de home office, é ainda mais importante saber administrar o tempo para o trabalho e para a vida pessoal.

8. Contar com apoio profissional - É fundamental que o paciente não deixe de buscar ajuda, orientação e atendimento psicológico para lidar com as questões ligadas à saúde emocional, bem como ter acompanhamento médico nas ações voltadas à saúde física.

Autor: SEGS